Após ataque à ZFM, prefeito critica pastores por apoio a Bolsonaro

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), criticou o posicionamento de pastores e líderes evangélicos que mantêm o apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo após a edição de mais um novo decreto que zera a alíquota do IPI do polo de refrigerantes da Zona Franca de Manaus (ZFM).

Evangélico, protestante e de direita, David Almeida chegou a mandar um recado para a população amazonense para que “quando não existir mais condições de trabalho para famílias do Amazonas, que procurem os pastores, os bispos e os apóstolos que defendem essa política do Bolsonaro contra o Estado”.

Ainda na manhã desta segunda-feira (1º/8), o prefeito reafirmou defender as mesmas pautas do presidente – Deus, pátria e família. No entanto, frisou que fica impossível aplaudi-lo enquanto o Amazonas vem sendo atacado.

“Queria poder estar dizendo assim: ‘obrigado, presidente, por manter os empregos da Zona Franca de Manaus’. Quando ele [Bolsonaro] tira o emprego, está levando fome para o meu povo. Tem um ditado no Amazonas que diz assim: ‘farinha pouca, o meu pirão primeiro’. O meu pirão é a Zona Franca. O Bolsonaro está tirando a nossa farinha”, completou o prefeito.

As críticas do prefeito têm relação com o decreto editado pelo presidente na madrugada da última sexta-feira (29).

O novo decreto visa contornar uma decisão liminar (provisória) tomada no mês de maio pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou um decreto similar que zerava o IPI dos refrigerantes.

O polo emprega cerca de 7 mil pessoas em Manaus e nas usinas e plantações de cana de açúcar e de guaraná nos municípios de Presidente Figueiredo e Maués, respectivamente.