Após perder posto de vice-presidente da Câmara Federal, Marcelo Ramos diz que foi chantageado

O deputado federal Marcelo Ramos (PSD) reagiu com uma dura postagem nas redes sociais à decisão tomada hoje pelo ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de destitui-lo do posto de vice-presidente da Câmara dos Deputados, reformando a sentença de abril, quando havia mantido o político no cargo. Foi o PL, atual partido do presidente Jair Bolsonaro e ex-legenda do parlamentar que pediu sua saída.

“Alguns achavam que me chantageavam quando sugeriram o meu silêncio nas críticas ao presidente ou na defesa do Amazonas para que não me retirassem da vice-presidência da Câmara em um gesto ilegal, arbitrário e antidemocrático”, disparou Ramos. “Eu não sou homem de trocar cargo por silêncio”, acrescentou, citando ainda os ataques à Zona Franca e prometendo ir à tribuna nesta terça-feira (24) para se pronunciar sobre o assunto.

Ramos foi eleito para a vice-presidência da Câmara em fevereiro de 2021, quando ainda era do PL, tendo recebido 396 votos. Em dezembro do ano passado, contudo, ele deixou a legenda. O principal motivo foi o ingresso do presidente Jair Bolsonaro ao partido.

O deputado tinha procurado o TSE para tentar preservar a função na Câmara, afirmando que Bolsonaro pedia constantemente que o partido escolhesse outro deputado para ocupar a função dele. Moraes chegou a atender o pedido de Ramos, mas voltou atrás da decisão.

A eleição que definirá o substituto do deputado deve ser realizada na próxima quarta-feira (25). Nas redes sociais, Ramos manifestou-se sobre a saída do posto. “Quero dizer que respeito e cumpro a decisão do Ministro Alexandre de Moraes que, não julgou o mérito, mas a incompetência do TSE. Eu sou um democrata e jurei a Constituição, defendo as decisões judiciais até quando discordo delas”, destacou.