Candidatíssimo ao Senado, Wilson “esquece” os acordos não cumpridos e sinaliza reaproximação com David

O governador Wilson Lima (UB) tem emitido sinais em direção ao prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), nos últimos dias. Além das manifestações públicas, ele autorizou aliados a tentar uma reaproximação, que ainda não ocorreu porque as feridas da última eleição não estão totalmente fechadas. O recado mais próximo ocorreu na estreia de um Poscast sobre política de A Crítica, veículo que catapultou o governante à carreira pública. Questionado para quem diria sim ou não (referência à tradicional coluna de opinião do jornal), ele listou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmativamente, o atual presidente, Luís Inácio Lula da Silva (PT) negativamente e quando se referiu ao ex-aliado, emendou um “quase sim”.

Almeida tem resistido às investidas. Depois de reeleito, em pleito no qual não teve o apoio de Lima nem no primeiro nem no segundo turno, ele tem atacado o governador em várias ocasiões, principalmente em relação aos acordos não cumpridos depois da eleição de 2022, quando foi peça fundamental para a recondução do líder do União Brasil ao cargo. Há resistências em relação a essa reaproximação até na família do prefeito.

Para se reeleger, Lima fez acordos com Almeida que incluíam investimentos em obras e o financiamento do passe livre estudantil, entre outros. Depois de reeleito, o governador recuou em vários acordos e por fim lançou o presidente da Assembleia Legislativa, Roberto Cidade, seu correligionário, à Prefeitura, numa iniciativa que não foi bem sucedida, já que o candidato terminou em quatro lugar.

Neste momento, o governador tenta colocar de pé uma candidatura a senador e sabe que, tendo a oposição do prefeito de Manaus – mesmo se Almeida renunciar para ser candidato ao Governo – será mais difícil vencer concorrentes como os atuais senadores Eduardo Braga (MDB), Plínio Valério (PSDB) e o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL).

Lima calcula que precisa tirar Plínio ou Neto do páreo, para não dividir muito o voto da direita, e neutralizar Almeida. Para isso, está mandando recados ao prefeito de Manaus, que ainda reluta, ressabiado depois do não cumprimento dos acordos.

Os bombeiros, entretanto, estão em campo e trabalham firme na reaproximação.