Cidade cancela ida ao último debate ao saber que David não iria e programa acaba esvaziado, embora os três candidatos presentes tenham mantido bom nível, com propostas
- blogdojucem
- 4 de out. de 2024
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Os últimos debates eleitorais na campanha de primeiro turno em Manaus têm sido marcados pela civilidade dos candidatos presentes e pelas ausências do prefeito David Almeida (Avante) e do deputado Roberto Cidade (União Brasil). Por diferentes razões, os dois evitaram o confronto com os demais tentando manter os índices que apresentam na maioria das pesquisas realizadas até aqui. Ontem não foi diferente. Em horário nobre, na principal emissora de televisão do Estado, a TV Amazonas, Marcelo Ramos (PT), Amom Mandel (Cidadania) e Capitão Alberto Neto (PL) se esforçaram para manter a atenção do telespectador, atacaram os ausentes, mas também apresentaram propostas.
Desde o início da campanha o prefeito tem evitado os debates. Segundo ele, a decisão foi tomada depois do primeiro, promovido pela Band Amazonas. “Decidi não ir naquela ocasião para ver como se comportariam os meus adversários e o que vi foi a absoluta ausência do debate de ideias e muita tentativa de lacração. Os debates de São Paulo, de baixíssimo nível, contagiaram todos os outros país a fora. Por isso, por não ter como debater em alto nível, eu decidi não comparecer mais”, diz ele.
Ontem Cidade esperou até a última hora para decidir a presença. Quando percebeu que o prefeito não iria, informou à produção da TV Amazonas que não compareceria porque não teria como debater os problemas da cidade. O deputado se ausentou dos últimos debates e até de algumas entrevistas porque sua campanha avaliou que deveria preservar a imagem dele, dada a claudicância apresentada na Band Amazonas.
O esvaziamento dos debates provocou até mesmo o cancelamento de alguns programas, como ocorreu na TV Diário. A direção da emissora decidiu pelo cancelamento ao perceber que as ausências de David e Cidade esvaziaria o evento.
No debate de ontem os candidatos presentes aproveitaram os últimos acontecimentos, especialmente o “Parintinsgate”, para fustigar Roberto Cidade. Isso porque Mandel e Alberto Neto disputam diretamente com ele uma eventual ida ao segundo turno.
“A população manauara tem assistido, nos últimos dias, à relação criminosa e desenfreada entre a cúpula do governo estadual e Roberto Cidade, com o crime organizado. Eles planejavam trazer assaltantes para trabalhar com eles e influenciar as eleições. É por isso que não vêm aos debates. A prefeitura de Manaus está mergulhada na corrupção. Eles têm medo de se explicar, por isso fogem de se expor aqui,” declarou o candidato do PL. “Os últimos acontecimentos só comprovam as denúncias que fiz à Polícia Federal no início do ano, sobre o uso da Segurança para atacar adversários e o envolvimento da cúpula com o crime organizado”, atacou Mandel.
“Agora sei por que eles aumentaram os impostos – queriam arrecadar para usar na farra da compra de votos,” acrescentou em outro momento Alberto Neto.
Marcelo Ramos tem adotado outra postura na campanha. Faz críticas pontuais, mas prioriza propostas. Com pouca chance de ir ao segundo turno, ele aposta num fato inusitado: “Nessa reta final muito tem que se falado sobre voto útil. Voto útil é o voto no melhor candidato. É o voto naquele que você acha o mais preparado. O voto que tira o melhor candidato e o mais preparado do 2º turno é o voto mais inútil que pode existir numa eleição. Eu tenho uma história de vida dedicada a cidade de Manaus, estou feliz por essa caminhada. Quero agradecer ao meu companheiro de chapa, Luiz Castro, e a todos os manauaras. E pedir o voto no 13”, afirmou no debate.
Wilker Barreto (Mobiliza) e Gilberto Vasconcelos (PSTU) não foram convidados pela direção da emissora.
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