Construção de aterro sanitário em Iranduba transforma-se em queda de braço política
- blogdojucem
- 29 de dez. de 2021
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O prazo para manifestação do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) sobre o licenciamento ambiental do pr (27). No entanto, com o recesso de final de ano dos órgãos estaduais, a divulgação do parecer deve ficar para o início de 2022. Até lá, permanece ativa uma guerra de bastidor entre correntes políticas favoráveis e contrárias ao empreendimento, que tem grande impacto ambiental.
De acordo com registro da Ata de Audiência Pública sobre o empreendimento, realizada há trinta dias na Escola Estadual de Tempo Integral “Maria lzabel Ferreira Xavier Desterro e Silva”, localizada no quilômetro 01 da Rodovia Carlos Braga, Zona Rural de Iranduba, o Ipaam teria prazo de um mês após a realização da audiência pública para apresentação do relatório.
Durante a consulta pública foi apresentado o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA do projeto, ato obrigatório para atividade de grande porte que tenha potencial para causar impacto ambiental.
Naquela ocasião ficou claro que há uma disputa política em torno do empreendimento. De um lado está a Prefeitura de Iranduba e o Estado, apoiando a iniciativa da empresa Norte Ambiental. Do outro opositores dos grupos que comandam o município e o Amazonas, que incentivam pequenos produtores, representantes de comunidades e moradores a questionar a legalidade do processo de instalação e os possíveis benefícios que serão gerados. Estes últimos pedem a anulação da audiência pública por uma série de falhas no rito processual.
No último dia 20, eles entregaram ao governador Wilson Lima (PSC) um abaixo-assinado contrário à obra que pretende ser instalada na entrada da cidade, quilômetro 19 da Rodovia Manuel Urbano (AM-070).
Na ocasião, os opositores do projeto mobilizaram moradores das comunidades de Paricatuba, Bom Jesus, Nova Esperança, Fé em Deus, Cachoeira do Castanho e Lago do Mudo e promoveram uma manifestação durante a inauguração da duplicação da rodovia.
De acordo com o comunitário Miguel Klauck, da Comunidade Bom Jesus, o local receberá o descarte de cinco municípios, incluindo o de Manaus, “uma bomba atômica ativada por mais de cem anos”, disse durante o protesto. Ele foi o responsável pela entrega do abaixo-assinado dos moradores ao governador do Estado.
“Não tenho conhecimento a respeito do lixão. Tem que saber o que é; tem que conversar com o pessoal do Ipaam pra gente entender. Mas, aqui o meu compromisso pra gente discutir isso e entender o que é possível fazer”, afirmou Wilson Lima ao receber o documento.
Na audiência pública estiveram presentes o Diretor-Presidente do Ipaam, Juliano Marcos Valente de Souza, e os representantes da Procuradoria Geral do Estado (PGE-AM), Giodarno Bruno, e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Adriano Rodrigues Alves.
O engenheiro florestal David Franklin da Silva Guimarães, morador de Iranduba, diz que todo o município é coberto por Unidades de Conservação: a Área de Proteção Ambiental (APA) Encontro das Águas, que é municipal, a APA Margem direita do Rio Negro, de caráter estadual, o que demandaria mais discussão.
Além disso, ele alerta que a produção de hortifrutigranjeiros que abastece Manaus pode ser comprometida, caso haja algum acidente ou descumprimentos dos critérios técnicos do projeto. “Pode provocar a contaminação dos lençóis freáticos. Além disso, fica o estigma que de que a comida vai para o prato de Manaus está sendo produzida próxima ao lixão”, afirma David Guimarães.
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