Em resposta ao MPAM, delegado defende deputada Débora Menezes
- blogdojucem
- 13 de jun. de 2024
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O delegado-geral da Polícia Civil do Amazonas, Bruno Fraga, afirmou em ofício enviado ao MPAM (Ministério Público do Estado do Amazonas) no dia 4 deste mês que há “um evidente movimento político de indignação seletiva” com a participação da deputada Débora Menezes (PL) em entrevistas da instituição sobre operações policiais.
Bruno respondeu ao promotor de Justiça Armando Gurgel Maia, que abriu uma investigação e pediu esclarecimentos sobre a presença de políticos nas entrevistas.
O delegado afirmou que Débora não é a única que participa dos encontros e que ela é alvo de “ataques coordenados em portais, blogs e perfis pessoais, que de forma nítida, por meio de um raciocínio por silogismo [dedução], não passam de conflitos de interesses políticos”.
O Ministério Público começou a apurar a presença de políticos nos encontros com jornalistas após notícias de que a delegada Joyce Coelho havia colocado o cargo de delegada titular da Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) à disposição em razão de interferência política da deputada Débora Menezes.
A parlamentar do PL participou de entrevistas da Depca sobre casos de abuso sexual de crianças, uma das bandeiras que ela adotou para o mandato.
Ao abrir a investigação, o promotor alertou sobre a necessidade de manter a impessoalidade e a moralidade nas ações da segurança pública, especialmente em ano eleitoral. Ele também afirmou que a presença de parlamentares em operações policiais pode configurar abuso de poder político, influenciando indevidamente o cenário eleitoral.
Com objetivo de coibir o uso de atos policiais para promoção pessoal, Armando recomendou ao delegado para evitar a participação de políticos em ações e atos policiais. O promotor também pediu informações da Polícia Civil do estado sobre essas situações.
De acordo com Bruno Fraga, os deputados não estão envolvidos em operações policiais, pois elas são “sigilosas e realizadas exclusivamente por policiais devido a natureza perigosa do trabalho”. Entretanto, eles participam de entrevistas quando as ocorrências estão relacionadas a temas que eles defendem.
Bruno disse que diversos parlamentares participam dos encontros com jornalistas, como as deputadas Alessandra Campelo (Podemos), Joana Darc (União Brasil) e o deputado Péricles Nascimento (PL), mas não há “escala, predileção e preterição”. Ele mencionou que Alessandra e Péricles destinaram emendas parlamentares às atividades da Polícia Civil.
A presença dos parlamentares nesses eventos, segundo o delegado, “está relacionada com a temática discutida, uma vez que alguns legisladores tem como foco em suas ações politicas o combate a crimes”.
Bruno Fraga também afirmou que “diversos outros agentes públicos já participaram de coletivas de imprensa e ou publicações da Polícia Civil, como secretários de governo, presidente da OAB à época, e outras autoridades”.
“Não há de se falar em singular e particular presença da deputada Debora Menezes em coletivas de imprensa envolvendo atuações da Policia Civil do Estado do Amazonas, pelo contrario, há um evidente movimento politico de indignação seletiva com a participação somente da deputada Debora Menezes em coletivas, com ataques coordenados em portais, blogs e perfis pessoais, que de forma nítida, por meio de um raciocínio por silogismo, não passam de conflitos de interesses políticos, assuntos que não dizem respeito a esta instituição”, disse Bruno Fraga.
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