Procura por vice ideal mobiliza pré-candidatos ao governo do Amazonas

A menos de seis meses das eleições, a conversa sobre a definição de vices de chapas na disputa ao governo do Amazonas tira o sono dos pré-candidatos. Primeiro e segundo lugares nas pesquisas de intenção de voto, o ex-governador Amazonino Mendes (CIDADANIA) e o governado Wilson Lima (UNIÃO BRASIL) já disseram, meses atrás, que procuram alguém que não tenha pretensão de atrapalhar- lhes a vida.

E há razões de sobra para tal preocupação: na história da política amazonense, os vices, que teoricamente seriam personagens com estreito alinhamento com o chefe do estado, assumiram protagonismo em vários momentos de crise institucional.

Wilson vem dando a entender que não pretende reeditar, para 2022, uma chapa semelhante à de 2018. Quer ao seu lado um nome de perfil mais conservador, de centro, com bom trânsito na direita e aceito pelo empresariado.

Nas últimas semanas, o nome que tem sido ventilado fortemente é o de Marcos Rotta, vice prefeito de Manaus e atual presidente estadual do progressistas (PP), que tem dinheiro em caixa e tempo de rádio e tevê.

Em entrevista ao Podcast Papo Reto da Agência Brasil de Notícias no dia 05 de abril, o secretário geral do partido Avante, Wagno Oliveira, já adiantava que Marcos Rotta permanecia sendo uma peça importante para o prefeito nessas eleições e esse papel seria mantido mesmo ele estando no Partido Progressista.

Mas, há uma resistência com o nome de Rotta na ala de filiados do partido Avante, que pretendem se aliar à candidatura de Wilson Lima. Isso se deve, principalmente, porque eles preferem o ex-secretário de limpeza pública Sabá Reis, que é do quadro do partido.

Wagno Oliveira garantiu durante o Podcast, que não há trauma no AVANTE com relação à escolha de Rotta como vice, mas que ainda é cedo, e diversos fatores devem ser pesados antes da escolha, e que a tendência é que isso seja feito com base na afinidade ideológica, e que o AVANTE não terá preconceito, e não importa se o nome vier de outro partido.

Compatibilidade

No caso de Amazonino, já ficou constatado que seu vice terá o perfil de não entrar em rota de colisão com seus apoiadores, e estará em um alinhamento automático. Daí porque, conforme informações de bastidores do grupo de Amazonino, a tendência é de que se procure alguém de perfil discreto.

Amazonino, aliás, já deu uma ideia do perfil que deseja para a composição da chapa “um cara que não tenha ambição pela cadeira de governador”. Aliás, Amazonino chegou a dizer que sua escolha não será feita a “toque de caixa”. Amazonino, porém, faz movimentos lentos para essa escolha.

Dos nomes que se comentam para a hipótese de compor a chapa , o do ex-deputado Humberto Michilles é o que desponta. Já esteve na lista de apostas também o empresário e ex-vereador de Manaus Rozenha, e nos últimos dias o nome de um ex-governador alinhado com Amazonino é uma hipótese que também é considerada.

Terceira via

Na terceira via, são poucos os candidatos declarados — até agora apenas o senador Eduardo Braga (MDB), o deputado estadual Ricardo Nicolau (SOLIDARIEDADE) e a defensora pública Carol Braz (PDT) explicitaram o desejo de disputar o cargo.