Salazar desafia Alfredo Nascimento e vira dor de cabeça no PL
- blogdojucem
- 23 de jun.
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No tabuleiro político do Amazonas, o vereador Sargento Salazar (PL) deixou de ser apenas um nome barulhento na Câmara Municipal de Manaus (CMM) e se tornou um problema estratégico para ninguém menos que o ex-prefeito de Manaus e ex-deputado federal Alfredo Nascimento, cacique do Partido Liberal no estado.
A relação entre ambos, antes vendida como aliança, agora parece mais uma queda de braço disfarçada de planejamento eleitoral.
Salazar, vereador mais votado de Manaus em 2020, quer disputar uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) em 2026. Mas Alfredo tem outros planos: quer empurrá-lo para a disputa à Câmara Federal — não por acaso, a mesma Brasília de onde o ex-prefeito e ex-deputado tenta ressuscitar sua própria carreira política. Em outras palavras, o projeto de Salazar virou escada para o projeto de Alfredo.
Nos bastidores, o discurso é de estratégia partidária. O PL sabe que perderá o deputado Capitão Alberto Neto para a corrida ao Senado e precisa de um substituto competitivo no nicho da segurança pública e do eleitorado conservador. E Salazar, com seu estilo combativo e apelo popular, encaixa como luva. Mas o problema é simples: Salazar não aceita ser tutelado.
Com capital eleitoral em alta e ventilado até como possível campeão de votos em 2026, o vereador já dá sinais de incômodo com a pressão e estaria, segundo fontes, dialogando com outras legendas. O recado é claro: quem tem voto não precisa de padrinho — e muito menos ser usado como boia de salvação de cacique aposentado.
Enquanto isso, o PL se vê num dilema: precisa desesperadamente de Salazar para manter presença robusta no Congresso, mas corre o risco de vê-lo fugir pela porta da frente. Afinal, quem tem voto, tem poder. E quem depende dele é que deveria estar fazendo concessões.
Para Alfredo Nascimento, o problema agora não é mais Davi Almeida (Avante) ou seus desafetos históricos — é o aliado que deixou de ser subalterno.
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