David Reis dá sinais de que vai esvaziar concurso da Câmara de Manaus ao avisar o MPAM que diminuirá o número de vagas

Câmara Municipal de Manaus (CMM) comunicou ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM) que, caso realize um novo concurso, haverá corte de 15,6% das vagas. Esse anúncio confirma o que o vereador Rodrigo Guedes (PP) já havia denunciado desde março, na reunião realizada no MP-AM em que se decidiu pela anulação do concurso de 2024. Na ocasião, o presidente da Câmara, David Reis (Avante), afirmou abertamente que não havia orçamento sequer para chamar os 83 aprovados do certame, muito menos para realizar outro concurso.

Segundo Guedes, esse impacto na folha — estimado em R$ 500 mil mensais — poderia ser perfeitamente absorvido se a presidência optasse por reduzir parte dos 255 cargos comissionados hoje existentes. Ao contrário disso, a atual gestão preferiu manter os comissionados e, agora, anuncia o corte de vagas efetivas, revelando o verdadeiro pano de fundo da anulação: preservar espaço orçamentário para nomeações políticas.

A justificativa de “irregularidades” no concurso de 2024 nunca se sustentou. A própria sindicância interna da CMM não encontrou provas de fraudes, e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) já emitiu parecer técnico apontando ilegalidades na anulação, principalmente pela ausência de processo administrativo e de provas concretas.

Além disso, o Tribunal de Justiça do Amazonas suspendeu qualquer tratativa de novo concurso até o julgamento final da validade do certame anterior.

Na prática, a decisão da CMM de reduzir vagas apenas reforça o alerta feito por Guedes desde o início: a anulação nunca teve como objetivo garantir transparência ou lisura, mas sim diminuir o quadro efetivo e proteger interesses pessoais e políticos, em detrimento dos candidatos aprovados que estudaram e passaram legitimamente.

Veja nota dos concursados: