Guerra na Direita: expulso do PL por iniciativa de Alberto Neto, Menezes vai a Bolsonaro pedir ajuda

A guerra entre os dois principais nomes da Direita no Amazonas está declarada e parece não ter mais retorno. O coronel reformado do Exército Alfredo Menezes (ex-candidato ao Senado em 2022 e pai da deputada estadual Débora Menezes) e o deputado federal Capitão Alberto Neto não convivem mais no mesmo ambiente e o relacionamento desgastado dos dois ex-aliados chegou ao ápice ontem, quando o parlamentar divulgou deliberação da Comissão Executiva Municipal Do PL Manaus com base em parecer emitido pelo Conselho de Ética do partido, recomendando a expulsão da legenda, com a concordância da Executiva Nacional.

Alberto Neto ganhou força no PL Nacional ao votar contra a reforma tributária, seguindo recomendação do ex-presidente Jair Bolsonaro, principal expoente da legenda. Menezes ficou do lado oposto e acusou o então correligionário de trair a Zona Franca de Manaus, beneficiada no projeto. A declaração pública do ex-candidato ao Senado serviu de base para a representação à Executiva Nacional, que autorizou a instalação de investigação no Diretório Municipal e redundou na expulsão de Menzes.

O militar sempre foi o principal interlocutor de Bolsonaro no Amazonas. Chegou a ser nomeado por ele para a superintendência da Zona Franca de Manaus, mas sucumbiu à pressão da bancada federal. Foi apoiado pelo então presidente da República, entretanto, tanto na eleição para prefeito de Manaus em 2020, quando terminou em quarto lugar, à frente de Alberto Neto, que também foi candidato, quanto na disputa do Senado, quando perdeu por muito pouco para o senador Omar Aziz (PSD). Menezes é compadre do ex-chefe da Nação e já demonstrou diversas vezes intimidade com ele.

Neste momento, entretanto, o PL nacional prioriza os políticos com mandato, como é o caso de Alberto Neto, deputado federal reeleito. Ele e Menezes têm interesse na disputa municipal em Manaus no ano que vem. Ambos já aventaram a possibilidade de se candidatarem a prefeito. No caso do deputado, seu nome também é ventilado para compor chapa como candidato a vice-prefeito.

Menezes reagiu à expulsão com a seguinte nota:

“A decisão do Diretório Municipal do PL, comandado pelo deputado Alberto Neto, já era esperada e não causou nenhuma surpresa.

Vamos agora buscar as instâncias superiores do partido para reverter uma decisão esdrúxula, absurda, descontextualizada e permeada por uma vontade pessoal do parlamentar.

Quero lembrar aqui talvez algo que muitos desconheçam neste tempos sombrios que o Brasil está vivendo, o Art. 220 da nossa constituição, que diz o seguinte:

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. A propaganda comercial encontra proteção constitucional, por ser manifestação da liberdade de expressão e comunicação.

Parágrafo 1º

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. § 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

Uma decisão assim, repleta de vícios na sua origem, fere acima tudo a nossa democracia e os 737.000 mil eleitores que votaram no Coronel Menezes em 2022.

Vou buscar incessantemente a reparação desta decisão.

Selva!”

Confira abaixo a decisão da Executiva Municipal do PL:

Deliberacao-PL-Manaus