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Polo Industrial de Manaus cresce, mas exportar ainda é obstáculo

  • blogdojucem
  • 17 de jul.
  • 3 min de leitura
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O superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, celebrou recentemente os resultados positivos relacionados ao expressivo crescimento do Polo Industrial de Manaus (PIM). Segundo dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), entre janeiro e maio de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024, o faturamento saltou de R$ 81,82 bilhões para R$ 93,34 bilhões, um aumento de 14,08%, impulsionado por setores estratégicos da indústria regional.


Entre os subsetores que mais contribuíram para esse avanço destacam-se bens de informática (21,83%), duas rodas (20,15%), eletroeletrônico (16,05%), químico (10,13%), mecânico (9,43%) e termoplástico e metalúrgico (7,91%).


O superintendente da Suframa ressaltou com firmeza a relevância e a força do modelo Zona Franca para o desenvolvimento da região.


“Os dados confirmam a eficácia do modelo em impulsionar a economia regional e nacional, com destaque para os indicadores de empregabilidade e o crescimento de setores importantes”, afirmou.

De acordo com os dados, a empregabilidade no PIM cresceu 7,82% no período, somando trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados. O desempenho coloca o ano de 2025 acima da média histórica, mesmo antes de seu encerramento.


Reforma tributária atrai empresas e pode impulsionar recordes

Em entrevista, o economista Mourão Júnior analisou o gráfico comparativo da evolução da mão de obra do Polo Industrial de Manaus, entre os meses de janeiro e maio de cada ano, disponível no Sistema de Indicadores Socioeconômicos (SIS).

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Segundo ele, o cenário de crescimento deve ser observado com atenção, especialmente no que diz respeito à mão de obra.


“Apesar dos números apontarem aumento, os dados históricos mostram que não houve uma evolução consistente na força de trabalho nos últimos anos. Porém, o que se observa agora é um movimento impulsionado pela expectativa da reforma tributária”, explicou.

Para Mourão, a reforma, que entrará plenamente em vigor ao longo da próxima década, coloca o Amazonas como único estado a manter incentivos fiscais, o que tem atraído novas empresas com projetos aprovados nos conselhos da Suframa (CODAM e CAES).


“Um dos setores que mais tem migrado para Manaus é o de termoplásticos. Isso justifica o aumento atual e reforça a projeção de encerrar 2025 com um dos melhores níveis de empregos da história”, destacou o economista.

Exportações ainda são desafio para o modelo

Mesmo com o desempenho positivo no mercado interno, Mourão Júnior ressalta, com base na análise dos dados gráficos disponíveis pela Suframa, a baixa participação das exportações no modelo econômico da Zona Franca.

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“O modelo, foi criado num segmento importador, produz e vende para o mercado interno. Temos algumas exportações, que é o setor de concentrado. Houve um tempo que o setor de duas rodas exportava para a Argentina e alguns outros segmentos que a gente ainda tem umas exportações, mas vamos colocar com dados baixos”, avalia o economista.

Mourão defende que, considerando a relação com as importações, é necessário desenvolver uma política que contemple tanto o curto quanto o longo prazo, com o objetivo de fortalecer também as exportações brasileiras.


Segundo ele, esse direcionamento ajudaria a reduzir a dependência do mercado interno, frequentemente afetado por fatores econômicos como a inflação e a elevação da taxa Selic, elementos que desestimulam o consumo e tornam o ambiente doméstico menos favorável à competitividade dos produtos nacionais.


Modelo segue eficaz, mas requer ajustes


Sobre a fala de Bosco Saraiva a respeito da eficácia do modelo da Zona Franca, Mourão reconhece o mérito, mas faz ponderações. “O superintendente acerta ao destacar o aumento da mão de obra e o crescimento de setores estratégicos. No entanto, é fundamental aproveitar o momento atual para reforçar a essência do Decreto-Lei 288, que visa o desenvolvimento em regiões afastadas dos grandes centros. O impulso dado pela reforma tributária pode ser decisivo nesse processo.”

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