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Amazônia tem 794 focos de queimadas em 2 dias e acende alerta climático

  • blogdojucem
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura
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Nos dois primeiros dias de setembro, a Amazônia registrou 794 focos de queimadas, segundo dados oficiais de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O número acendeu o alerta em plena chegada do chamado verão amazônico, período de estiagem prolongada e maior vulnerabilidade da floresta.


Em entrevista ao Portal AM1, o ativista climático e ambiental Edson Kambeba destacou que os fatores que contribuem para esse cenário estão diretamente ligados à ação humana.


“Os principais fatores que contribuem para o aumento dos focos de calor na Amazônia estão diretamente ligados à ação humana: o desmatamento para abertura de áreas de pasto, a expansão do agronegócio, o garimpo ilegal, além das queimadas provocadas de forma criminosa para limpar o solo. Esses fatores se intensificam ainda mais no chamado verão amazônico, quando o período de estiagem prolongada e a ausência de chuvas tornam a floresta mais vulnerável ao fogo. O que antes era um ciclo natural de seca e cheia, hoje é agravado pelas mudanças climáticas globais e pela pressão econômica sobre a floresta”, destacou.

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(Foto: Divulgação/Arquivo pessoal)


Edson Kambeba ressalta que, para mitigar esses efeitos, é preciso adotar medidas urgentes e integradas: fortalecer a fiscalização ambiental.


“Para mitigar esses efeitos, precisamos de medidas urgentes e integradas: fortalecer a fiscalização ambiental, garantindo que os órgãos responsáveis tenham autonomia e estrutura para agir; valorizar os povos indígenas e comunidades tradicionais, que são verdadeiros guardiões da floresta e já têm estratégias milenares de manejo sustentável; estimular alternativas econômicas de baixo impacto, como bioeconomia e turismo comunitário; e fortalecer a consciência da população sobre o impacto das queimadas não só na floresta, mas na saúde das pessoas, na qualidade do ar e no equilíbrio climático do planeta”, afirmou.

Kambeba alerta que, se a população não encarar essa realidade com seriedade, o verão amazônico deixará de ser apenas um período seco natural e passará a ser uma estação marcada por fumaça, destruição e risco de colapso climático.


“Se não encararmos essa realidade com seriedade, o verão amazônico deixará de ser apenas um período seco natural e se transformará em uma estação marcada por fumaça, destruição e ameaça de colapso climático. O futuro da Amazônia e do planeta depende das escolhas que fazemos agora”, destacou.

Desmatamento e mudanças climáticas

Kambeba explicou ainda que a combinação entre desmatamento e mudanças climáticas globais deixa a floresta mais suscetível ao fogo.


“O desmatamento expõe o solo e retira a umidade da floresta, enquanto as mudanças climáticas intensificam o verão amazônico, tornando-o mais seco. A longo prazo, isso ameaça a biodiversidade, reduz a capacidade da Amazônia de regular o clima e coloca em risco a vida das populações que dependem dela”, afirmou.

Segundo o ativista, o combate às queimadas exige ações integradas entre governo e sociedade civil.


“O governo deve fortalecer a fiscalização, garantir recursos para os órgãos de controle, punir crimes ambientais e criar políticas públicas eficazes. Já a sociedade pode atuar denunciando irregularidades, apoiando práticas sustentáveis e conscientizando sobre os impactos das queimadas”, apontou.

Impactos na saúde e no meio ambiente

Além da destruição ambiental, os incêndios trazem consequências diretas para a saúde da população.


“A fumaça causa irritações respiratórias, crises alérgicas e agrava doenças crônicas, principalmente em crianças e idosos. No meio ambiente, compromete a fertilidade do solo, contamina rios e ameaça espécies. É um risco duplo: para a vida humana e para o equilíbrio do bioma”, alertou Kambeba.

Para Kambeba, só será possível reduzir os danos com programas estruturados de prevenção de incêndios, leis ambientais mais rigorosas e campanhas de sensibilização envolvendo comunidades locais e povos indígenas, “verdadeiros guardiões da floresta”.


“Para enfrentar esses desafios, é crucial estabelecer programas estruturados de prevenção de incêndios, acompanhados de legislação ambiental mais rigorosa, cuja aplicação seja obrigatória em todos os níveis administrativos, incluindo municípios e estados. Paralelamente, é necessário promover campanhas de sensibilização, envolvendo lideranças comunitárias e a população local, estimulando práticas que diminuam a vulnerabilidade da floresta e favoreçam a proteção de recursos hídricos e biodiversidade. A integração entre autoridades, sociedade civil e povos tradicionais garante ações efetivas, preserva o bioma e reduz os riscos à saúde humana”, finalizou.

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