Vereadores divergem sobre culpa de Bolsonaro no enfraquecimento da ZFM

Diferente do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que fez duras críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente Bolsonaro (PL) por causa dos recentes decretos que ‘ferem de morte’ a Zona Franca de Manaus (ZFM), vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) divergem sobre o assunto. Na manhã desta terça-feira (3), parte dos vereadores decidiu poupar Bolsonaro da responsabilidade na edição dos decretos e apontar a artilharia contra Guedes.

Assumindo que votou em Bolsonaro e que ainda mantém afinidades com o presidente, o vereador Caio André (PSC) reconheceu que a redução em 35% da alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) e o decreto que zerou o IPI dos concentrados são prejudicais ao Amazonas.

O discurso do vereador teve 15 interferências. Os vereadores Mitoso (PTB), Elan Alencar (Pros), Peixoto (PTC) e Eduardo Alfaia (PMN) não responsabilizaram Bolsonaro pela edição dos decretos. Assim como Caio, os quatro vereadores se assumiram bolsonaristas e, ao invés de criticar o presidente, preferiram hostilizar Paulo Guedes pelas medidas contra a ZFM.

Os vereadores Rodrigo Guedes (Republicanos), Sassá da Construção Civil (PT) e Allan Campelo (PSC) foram mais incisivos e responsabilizaram diretamente o presidente Bolsonaro pelos dois decretos que minam as vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus.

Prefeito chamou Guedes de ‘imbecil’

Ontem (2), durante visita ao bairro Alvorada, David Almeida afirmou que as tentativas de diálogo já de esgotaram e que nesse momento só resta a judicialização. O prefeito chegou a chamar Guedes de “imbecil”.

“Quem poderia reverter os efeitos negativos, já teria feito se quisesse. Tem gente que é contra a Zona Franca e quer se eleger para acabar com ela. Não tem papo, não tem diálogo, é Justiça, porque se eles quisessem mudar, já tinham mudado”, disse, sem mencionar o nome de Bolsonaro.