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MP denuncia comandante de balsa por tragédia que matou Talita Ferreira e seus três filhos no Rio Madeira

  • blogdojucem
  • 30 de out.
  • 2 min de leitura
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O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) apresentou denúncia criminal contra o comandante da embarcação Navegrãos XIII, responsável pela tragédia que matou Talita Ferreira Lagos, de 22 anos, e seus filhos Thalia Lagos Monteiro, Isadora Lagos Monteiro e Everson Lagos Monteiro, durante a madrugada de 17 de janeiro de 2025, na Comunidade Urumatuba, zona rural de Manicoré, às margens do Rio Madeira.


A denúncia foi apresentada pela 1ª Promotoria de Justiça de Manicoré, sob a responsabilidade do promotor Venâncio Antônio Castilhos de Freitas Terra, que destacou a gravidade e a brutalidade da conduta do comandante.


“Quatro pessoas da mesma família tiveram suas vidas ceifadas diante de uma conduta dolosa e injustificável, que retirou do convívio familiar uma jovem mãe de 22 anos de idade e os seus três filhos, crianças que contavam com apenas 1, 2 e 4 anos”, afirmou o promotor.


Segundo o relatório técnico da Marinha do Brasil, a colisão ocorreu por negligência e imprudência do condutor, que navegava fora da distância mínima da margem permitida pela legislação, retirou o empurrador auxiliar e deixou de emitir sinais sonoros de advertência enquanto se aproximava da região habitada. Essas falhas, somadas, resultaram na colisão da balsa — carregada de soja — contra o flutuante residencial “A Ser”, onde dormia a família de Talita Ferreira.


Com base nas provas colhidas, como laudos técnicos, documentos e depoimentos de moradores, o MP concluiu que o acusado assumiu o risco de provocar as mortes, caracterizando dolo eventual, conforme o artigo 18 do Código Penal. O órgão pede a condenação do comandante por quatro homicídios qualificados, com as agravantes de impossibilidade de defesa das vítimas e perigo comum, e por duas tentativas de homicídio qualificado, referentes a outras pessoas que sobreviveram ao impacto com ferimentos.


Além das penas de prisão, o Ministério Público requereu que o denunciado pague indenização de R$ 50 mil por cada vítima, a título de danos morais, e que tenha seu certificado de habilitação suspenso por até 12 meses. A Delegacia de Polícia de Manicoré foi notificada para anexar aos autos as certidões de nascimento das vítimas e o registro de ocorrência elaborado pelo Corpo de Bombeiros, responsável pelas buscas e resgates.


A tragédia aconteceu por volta das 5h30 da manhã, quando boa parte dos moradores do flutuante ainda dormia. O impacto destruiu completamente a estrutura da casa e lançou as vítimas nas águas do Madeira.


Imagens gravadas por moradores mostraram os destroços espalhados pelo rio, enquanto vizinhos e familiares se uniam nas buscas. Dois dias depois, em 19 de janeiro, o corpo de Talita Ferreira Lagos foi localizado. As crianças Thalia, Isadora e Everson seguem desaparecidas.

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